quarta-feira, 16 de julho de 2014

13-"Contigo ao meu lado,os problemas parecem não existir!"

-Mas...-Não lhe dei tempo de dizer mais nada e corri um pouco para conseguir ficar ao lado do meu pai. 

-Pai!-Exclamei,tocando-lhe no braço.

-Pai? Eu não sou teu pai!

-És sim! Porque é que estás a fazer isto?

-Eu...não sou o teu pai verdadeiro.-Não precisei de ouvir mais nada nem pedir para me explicar melhor, apenas aquelas palavras bastaram para que algumas lágrimas começassem a cair. O Lorenzo já estava ao meu lado e apressou-se a limpá-las.

-Não chores!-Disse o meu pai que afinal não o é. Mas afinal quem é o meu pai? Porque é que me mentiram estes anos todos? Muitas perguntas que esperava que ele me soubesse responder.

-É melhor irmos para casa e lá conversam melhor!-Disse o Lorenzo.

-Sim.-Disse o meu pai.

Eu nada disse. Caminhá-mos todos até casa do Lorenzo onde entrámos e nos sentamos os três no sofá da sala.
-Queres que fique ou preferes ficar a sós com o teu pai?

-Fica!-Ele segurou a minha mão e chegou-se para mais perto de mim.-Já podes explicar pai?

-Há pouco que eu te possa explicar.

-Diz-me o pouco que  sabes!

-Quando eu conheci a tua mãe, tu tinhas nascido há poucos dias. Ela estava frágil e a precisar de carinho. Eu dei-lhe. A partir daí construímos uma ligação baseada no carinho mas acho que nunca existiu amor, daí agora a nossa separação.

-Quando a conheces-te ela não tinha ninguém?

-Não. Disse-me que o teu pai a deixou no final da gravidez.

-Pai? Para mim pai és tu. Foste tu que cuidaste de mim, foste tu que me educaste, foste tu que me deste amor e carinho, foste tu que fizeste com que eu seja a pessoa que sou hoje.

-E podes sempre contar comigo mas o teu verdadeiro pai não sou eu.-Ouvir aquilo mais uma vez fez-me deixar cair mais algumas lágrimas.

-Sabes quem é?

-Não. A tua mãe nunca me disse.

-Como é que ela me pôde fazer isto? Porque é que nunca me contaram?

-A tua mãe sempre teve medo da tua reacção. E ela é que tinha de contar, não eu. 

-Vivi anos numa mentira. E agora vou viver o resto da minha vida sem pai.

-Eu estou aqui! 

-Não vais desaparecer?

-Não vou estar em casa. Mas desaparecer da tua vida não, sempre que precisares podes me ligar.

-Vais atender?

-Sim. Eu só não atendia porque sabia que se falasse contigo, ia acontecer isto. Que é ter de te dizer a verdade.

-Mas não vai ser a mesma coisa que antes.

-Pois não. Mas eu prometo tentar continuar a ser o pai que era mesmo estando mais ausente.

-Também não tens a obrigação de o ser. 

-Mas eu quero! Não há a ligação de sangue mas eu gosto muito de ti mesmo como se fosses minha filha.

-Obrigada pai!-Disse abraçando-o, enquanto chorava.

-Podemos jantar os três?-Perguntei eu.

-Olha que boa ideia!-Respondeu o meu pai.

Saímos os três de casa em direcção a um restaurante que ficasse perto. Jantámos os três muito calmamente. O jantar serviu para saber coisas do meu pai que eu não sabia como ele ter nascido em Nápoles mas principalmente para perceber que ele podia não ser meu pai mas que continuava lá para tudo o que eu precisasse. Era o mais importante para mim neste momento.
Assim que terminámos, saímos do restaurante e eu e o Lorenzo voltamos para casa e o meu pai para a dele.
Assim que entrámos em casa, o Lorenzo puxou-me para ele e olhou-me nos olhos.
-Como é que estás?-Perguntou fazendo-me uma festa na cara.

-Bem.

-A verdade agora!

-Estou bem. Triste mas bem. Apesar de ser horrível saber que o meu pai não é mesmo meu pai, pior do que isso é a mentira. A minha mãe mentiu-me este tempo todo.-Algumas lágrimas acabaram por escapar. Sempre confiei na minha mãe e ela fez-me isto. Preferia que ela nunca me tivesse escondido isto.

-Não chores por favor!

-Prometes que vais estar sempre aqui? E que nunca me vais esconder nada nem mentir?

-Prometo!-Dei-lhe um pequeno beijo ao de leve nos lábios e encostei a minha cabeça no peito dele. 

-Podemos passar a noite os dois agarradinhos?

-Todas as noites que quiseres! Vou estar sempre ao pé de ti!-Disse dando-me um beijo na testa.

No Dia Seguinte...
A noite foi passada como eu queria: agarrada a ele. Assim sentia-me bem, sentia-me protegida. Apesar de ele ser pequeno, os seus braços protegiam-me. 
-Bom Dia meu amor!-Disse o Lorenzo.

-Bom Dia!

-Melhor?

-Contigo ao meu lado,os problemas parecem não existir!-Dei-lhe um beijo e levantei-me da cama.

-Onde é que vais?

-Fazer o nosso pequeno-almoço!

-Eu ajudo!-Disse levantando-se da cama também. Dirigimo-nos à cozinha onde preparámos o nosso pequeno-almoço. Depois levámos tudo para a sala onde nos sentámos a comer.

-Tenho de ligar à Filipa.Onde é que será que ela dormiu?

-Na cama do Federico?

-E ele no sofá só se for.

-Ou então não.-Peguei no meu telemóvel para lhe ligar quando tocaram à campainha.

-Secalhar é ela!-Disse eu, desligando a chamada.  O Lorenzo foi até à porta e abriu. Do outro lado estava alguém com quem eu não queria nada falar neste momento e mais um senhor que eu não conseguia perceber quem era por a porta não estar completamente aberta.

-Sai da minha casa mentirosa!-Ela não quis saber do que eu disse e entrou mais o tal senhor. Esse senhor era alguém que eu conhecia bastante bem. Mas o que fazia ele ali também?
-------------------------------------------------------------------------------------------
Olááá!!!
E este foi mais um capítulo!
Gostaram? Foi muito confuso? Se sim, no próximo vão perceber melhor.
Quem será o verdadeiro pai da Anna? Alguém tem palpites? No próximo esse mistério vai ser desvendado!
Fico à espera dos vossos comentários!
Beijinhos!

quinta-feira, 17 de abril de 2014

12-"Prefiro viver um dia de cada vez e aproveitar todos os momentos ao teu lado."

-Ele é tãooo....-Ela não acabou de falar e por isso falei eu.

-Tão que? Aquele é o Federico Fernandéz!

-Espanhol?

-Não! Argentino!

-Me gusta!

-Queres que te apresente?

-Não.-Em poucos segundos o Lorenzo e o Federico tinham chegado ao pé de nós.

-Anna! -Rodeou a minha cintura para de seguida me beijar, um beijo de saudade.-Que fazes aqui?

-Vim para ficar!

-Ficar? Aqui? Em Nápoles?

-Sim!! Mudança de emprego!

-Vou poder ter a minha princesa todos os dias comigo?

-Sim, vais! Mas... a Filipa também veio para ficar.

-Então fica na nossa casa!

-Nossa não! Tua! Não te importas?

-Também é tua! Claro que não!

-Obrigada Lorenzo! Mas não se esqueçam que estamos aqui!-Tínhamos nos deixado levar pela conversa e esquecido da Filipa e do Federico que nem uma palavra tinha trocado um com o outro visto que nem sequer se conheciam.

-Desculpem!-Disse o Lorenzo.

-Fede...esta é a Filipa, amiga da Anna! Filipa..este é Federico meu colega  e amigo!-Eles cumprimentaram-se com dois beijinhos depois de alguns olhares trocados enquanto o Lorenzo falava.

-Bem eu vou andando!

-Então e o nosso almoço?

-Pensei...que agora que já tens a tua princesa...não quisesses saber mais de mim!-Disse o Federico em tom de gozo.

-Pensaste mal! Que tal almoçarmos os quatro?

-Boa ideia!-Disse eu. O Federico e a Filipa acabaram por concordar e dirigimo-nos para os carros para depois irmos para o restaurante.

Almoçamos muito descontraídos e com muitas brincadeira pelo meio. A Filipa e o Federico já estavam um pouco mais à vontade um com o outro e foram conversando algumas vezes apenas os dois.
Estávamos preparados para sairmos da mesa quando uma figura masculina que saia do restaurante me chamou à atenção.
-Pai?-Levantei-me da mesa o mais depressa que pude e corri em direcção à saída, deixando todos a olhar para mim. Assim que passei aquela porta, olhei para todos os lados e já não vi aquela pessoa. 

-Que se passa Anna?-Perguntou o Lorenzo.

-Era o meu pai.

-O teu pai aqui?

-Sim.

-Secalhar viste mal.

-Não, não vi.

-Calma!-Puxou-me para ele e encostei a minha cabeça no peito dele. Isto de não saber do meu pai, anda a dar comigo em doida mas tinha a certeza que era ele.

-Vamos embora?

-Queres ir para casa?

-Sim. 

-Bem, nós vamos para casa descansar.-Disse o Lorenzo.

-Vens Filipa?

-Chamem descansar chamem!-Disse o Federico.

-Não! Vocês precisam da tarde para vocês, para matarem as saudades. Eu vou dar uma volta por aí.-Disse a Filipa.

-Sozinha? Não te perdes?

-Eu posso ir contigo!-Sugeriu o Federico.

-Não é preciso! Mal nos conhecemos.

-Aproveitamos para nos conhecermos melhor.

-Bem, vocês intendam-se! Nós vamos andando.

-Vão, vão! Portem-se bem!-Disse a Filipa.

-Vocês também!

. . .
15 minutos foi o tempo de chegarmos a casa. Assim que entramos o Lorenzo fechou a porta e beijou-me de seguida.
Beijo seguido de um mão do Lorenzo a descer até ao meu rabo. Estávamos a começar a descontrolar-nos um pouco quando eu pus um travão.
-Calma!

-Desculpa!

-Não faz mal. Conhecemo-nos à pouco mais de um mês apenas e eu quero levar as coisas com calma.

-Sim, tens razão!

-Agora tenho. Não quero dizer que um dia destes as coisas mudem e acabe por acontecer.

-Sim, acontece quando tiver de acontecer.-Sorri-lhe e fui até à sala onde me sentei.-Estás cansada?

-Um bocadinho.-Ele deitou-se no outro sofá e eu levantei-me e fui ter com ele. Queria estar agarradinha  a ele.
-Dá para perceber pelos teus olhos.Descansa!

-Queria ficar acordar nem que fosse só para olhar para ti.

-Podes tentar mas não acredito que aguentes muito mais tempo acordada. E além disso temos a vida toda para isso, agora descansa.

-Acreditas nisso?

-No que?

-Que o nosso amor é para sempre.

-Acredito. Tu não?

-Prefiro viver um dia de cada vez e aproveitar todos os momentos ao teu lado.-O Lorenzo nada disse, apenas me deu um beijo ao de leve nos lábios. Entrelaçamos as nossas mãos, fechei os olhos e passado alguns minutos adormeci.

...
[LORENZO]
Eram 17 Horas e a Anna ainda dormia. Muito devagarinho sai do sofá e fui preparar um lanche para quando ela acordasse. Estava a voltar à sala com o lanche quando reparei que ela já estava acordada. Estava sentada com os pés no sofá e com a cabeça apoiada sobre os joelhos.
-Já acordaste?

-Sim.-Respondeu sem se mexer. Poisei o tabuleiro em cima da mesa e sentei-me ao lado dela no sofá.

-Estás bem?

-Não.-Respondeu agora levantando a cabeça. Assim que olhei para a cara dela percebi que tinha deixado cair algumas lágrimas.-Não percebo como é que o pai pode desaparecer assim e não querer saber mais de mim.

-Calma! Ele pode ter precisado de espairecer, de por algum motivo ter precisado de espaço para pensar, não sei. Ele vai voltar!

-Ainda bem que te tenho aqui comigo! Se tivesse em Lisboa ia ser pior.

-Vou estar sempre aqui para ti! Para tu o que precisares!

-Obrigada!

Lanchamos entre as nossas habituais brincadeiras. Estavamos a acabar de lanchar quando a Anna se lembrou que a Filipa ainda não tinha dado notícias.
-A Filipa ainda não disse nada!

-Queres que ligue ao Federico?

-Não sei se ela está com ele mas liga.-Retirei o telemóvel do bolso e fiz a chamada para ele, pondo em alta voz para eu ouvir.

-Fede! Estás com a Filipa?

-Sim!

-Ainda não se mataram?

-Não!

-Então portem-se bem! Adeus!

-Olha! Nós vamos jantar os dois juntos!

-Não é cedo logo no primeiro dia levares-a a jantar fora?

-Parvo! Estás em alta voz!

-Tu também!-Desmanchamo-nos todos a rir. 

-Vá tenham um resto de boa tarde e uma boa noite!

-Para vocês também!-Desliguei a chamada e arrumei o telemóvel.

-Eles ainda se vão dar muito bem!-Disse a Filipa.

-Quem sabe!

-Podemos ir dar uma volta?Preciso de apanhar ar!

-Sim vamos!

...
[ANNA]
Estávamos já numa das ruas mais movimentadas de Nápoles quando aquela pessoa que vi no restaurante e que me parecia o meu pai, passou por mim.
-Outra vez? Eu não estou a ficar maluca! Aquele é o meu pai!

-Onde?

-Ali!-Comecei a andar mais depressa para não o deixar de ver.-Vou falar com ele!

-Espera! Pode não ser ele!

-Que eu saiba o meu pai não tem nenhum irmão gemeo!

-Mas...-Não lhe dei tempo de dizer mais nada e corri um pouco para conseguir ficar ao lado do meu pai. 

-Pai!-Exclamei,tocando-lhe no braço.

-Pai? Eu não sou teu pai!
--------------------------------------------------------------------------------------------------
Olá a Todas!
E este foi mais um capítulo desta fic! Espero que tenham gostado!
Gostava de saber o que estão à achar da história e se acharam este capítulo muito confuso! 
Fico à espera dos vossos comentários!
Beijinhos! 

domingo, 16 de março de 2014

11-"Vou ter saudades tuas."

-Olha quem está ali!-Disse a Filipa olhando para o lado direito dela. Olhei na mesma direcção que ela estava a olhar e avistei o nosso chefe, antigo chefe que agora iremos ter outro em Nápoles. Naquele momento ele olhou também na nossa direcção, vindo ter connosco.

-Bom Dia!-Dissemos eu e a Filipa.

-Bom Dia!-Disse ele, cumprimentando-nos.

-Então vai viajar?- Perguntei eu.

-Sim, vou a Madrid. Tenho família lá.

-Não sabia que tinha raízes espanholas.

-Não tenho! A minha mulher é de lá.

-E você está cá?

-Ela passa muito tempo cá em Portugal, agora é que já lá está há um mês. E tu arranjaste um namorado em Nápoles?

-Sim, foi algo que não esperava que acontecesse.

-E que te fez querer mudar a tua vida por ele?

-Sim. Mas...-Apesar de sempre termos falado abertamente, não queria meter-me muito na vida dele.

-Podes perguntar o que quiseres.

-Também já passou por isso?

-Já. Com 25 anos deixei a minha vida toda para trás para correr atrás de quem eu realmente gostava.

-Eu sou defensora de que não devemos passar a nossa vida toda ao lado de alguém que não gostamos.  Se não gostamos mais vale passar à frente e tentar encontrar alguém que nos faça feliz e de que gostemos.

-Exacto! Foi isso que fiz mas não sei se alguma vez me vão perdoar por o ter feito e se vou conseguir recuperar algumas coisas que deixei para trás.


-Os pais perdoam sempre.

-Os meus pais aceitaram.

-Deixou...família? Outra mulher?- Ele disse que podia perguntar o que quisesse mas estava a ser tudo tão estranho, parecia que ele queria que eu soubesse um pouco mais da vida dele.

-Sim. Mas prefiro não falar nisso.

-Claro. Desculpe.

-Anna, está na hora!-Avisou-me a Filipa.

-Bem tenho de ir! Gostei muito de trabalhar no seu jornal e gostei muito de o conhecer melhor como pessoa. E obrigada por tudo o que me ensinou e todo o apoio que me deu ao logo deste ano.

-Não tens de agradecer, era o meu dever. E obrigado eu por tudo o que deste por aquele jornal. E não te esqueças...luta sempre pelo teus sonhos e estou aqui sempre,se precisares de alguma coisa podes vir visitar-nos.- Depois destas palavras dele, abraçamo-nos. Foi algo espontâneo e que fez com que eu deixasse escapar algumas lágrimas.
A despedidas custam sempre. Esta foi uma que no dia em que saí do jornal me custou pouco mas esta conversa trouxe recordações de momentos em que eu andava em baixo e isso afectava o meu trabalho e ele esteve sempre lá a ajudar-me. O Sr. João foi o pai que o meu algumas vezes não foi devido às viagens de trabalho. 
-Obrigada por tudo!-Disse eu já de pé e a virar costas.

-Vou ter saudades tuas.-Disse ele, já eu caminhava ao lado da Filipa na direcção da porta de embarque.

-O que é que aconteceu aqui?-Perguntou a Filipa.

-Sabes bem que ele sempre me apoiou em tudo.

-Eu sei! Mas parecia que te tinha custado menos no outro dia.

-Sim mas hoje durante a conversa, recordei alguns momentos em que tinha ido mesmo abaixo se não fosse o apoio e as palavras dele.

-Obrigada pela parte que me toca.

-Sabes bem que és minha amiga e que as tuas palavras me ajudam e animam sempre mas o Sr. João deve ser pai e tem aquelas palavras de pai que são diferentes. E o meu lá com as viagens de negócios nunca para em casa.

-Eu sei, estava a brincar contigo.

-Mas vamos lá ter com o meu menino que já tenho saudades dele.

-Vais tu!

-E tu? 

-Não vou ter com o teu menino.

-Mas vens comigo na mesma ao centro de treinos. Ainda conheces lá um napolitano que te conquista o coração.

-Só se for uma napolitana!

-Napolitana??

-Sim de chocolate.

-Ahhh!!

-Vai ser é um napolitano, com chocolate ou não já vai ser com vocês!

-Porca!-A conversa já estava a ir por outros caminhos e, por isso, calei-me.

...
Era 12:30 quando o taxi parou em frente ao centro de treinos do Nápoles. Sabia que eles estavam a treinar desde as 10h e, por isso, foi ali a nossa paragem.

Entramos e percebemos que o treino já tinha acabado e que estavam nos balneários. Ficamos num sítio onde eu sabia que eles tinham de passar por ali. Enquanto esperava decidi ligar à minha mãe.
-Olá mãe!

-Olá filha! Já chegaste?

-Sim! Então o pai já disse alguma coisa?

-Não. Olha esquece o teu pai.

-Esqueço o meu pai? É meu pai! Não posso fazer isso.

-Mas eu não quero que estejas sempre preocupada, quero que te concentres no teu trabalho e no Lorenzo, aproveita a vida.

-Mas não o posso esquecer.

-Tenta!

-Mãe! Mas como que é que tu queres que eu faça isso? Não percebo como me podes pedir isso.

-Olha eu tenho de ir trabalhar. Depois falamos. Beijinho.-Disse desligando a chamada. Eu sabia perfeitamente que ela ao sábado não trabalhava e, por isso alguma coisa se passava. Guardei o telemóvel e olhei para a Filipa com intenção de falar com ela mas ela estava a olhar não sei para onde, completamente desligada deste planeta.

-Filipa? Filipa?

-Sim!-Respondeu sem se mexer.

-Estás a olhar para onde?

-Ali para o fundo!-Aproximei-me dela e olhei para onde ela olhava.

-Mau! Ali ao fundo é o meu napolitano!

-O Napolitano ao lado do teu! Quer dizer ele deve ser só Napolitano de clube porque Napolitano da cidade só há o teu.

-Isso é verdade! Mas podes mexer-te? Não me digas que bloqueaste?

-Ele é tãooo....-Ela não acabou de falar e por isso falei eu.

-Tão que? Aquele é o....
------------------------------------------------------------------------------
Olá a Todas!
Espero que tenham gostado deste capítulo e espero que não esteja muito confuso mas no futuro iram perceber, caso tenham ficado confusas com certas partes deste capítulo.
Deixem os vossos comentários!
Beijinhos!

terça-feira, 4 de março de 2014

10-"...Aceitam a proposta?"

-Vai me despedir?-Assim que fiz aquela pergunta, senti logo que não a devia ter feito.

-Devia porque andas a exceder-te nas faltas e nos pedidos de dias para saíres do país.

-Desculpe.

-Por isso tenho uma proposta para vocês!

-Diga.-Dissemos eu e a Filipa ao mesmo tempo.

-Eu sei que tens ido muitas vezes a Nápoles e que é, por isso, que pedes dias aqui.

-Sim.Desculpe.

-Não não faz mal. Eu percebo, às vezes à coisas ou pessoas que nos fazem querer mudar a nossa vida por elas.

-E eu queria mudar mas trabalhar nesta área sempre foi o meu sonho e não queria deixar isto assim.


-Eu recebi um mail de um jornal desportivo de Nápoles e pensei em ti.

-Para trabalhar lá?

-É um estágio mas se gostarem de vocês, ficam lá a trabalhar.

-Vocês?-Perguntou a Filipa.


-Sim. Inicialmente pensei só na Anna mas eles pedem duas pessoas e como são das melhores profissionais que eu tenho, a proposta é para as duas.- Aceitam a proposta?-Olhamos as duas uma para a outra mas apenas eu consegui responder.


-Podemos responder depois?

-Sim claro. Têm no máximo uma semana para dar uma resposta.

-É o que chega.

-Então fico a aguardar uma resposta.

-Podemos sair?

-Sim!-Levantámo-nos e saímos.

-Vais aceitar?-Perguntou-me a Filipa assim que saímos da sala do chefe.

-Não sei! Tenho de pensar e falar com os meus pais.

-Eu também!

-Mas se eu aceitar, não aceites só por mim.

-Sim eu apesar de gostar muito de ti, tenho de pensar bem porque tenho a minha vida aqui e nada em Nápoles.

-Então vamos pensar as duas.

Algumas Horas Depois...
Despedi-me da Filipa e sai do trabalho. 15 minutos depois entrei em casa. Não estava ainda ninguém em casa. Caminhei pelo corredor até ao meu quarto quando ouvi a porta de casa a abrir e depois a fechar e, por isso, voltei para trás para ver quem tinha chegado. Era a minha mãe.
-Boa Tarde Mãe!

-Boa Tarde filha!-Dei-lhe um beijinho.

-O pai demora muito a chegar?

-Não sei se chega. Porque?

-Como assim? Não disseste que ele chegava hoje? Tenho uma coisa para vos contar.

-Ele não aparece em casa há 3 dias.

-Mas não disseste que ele tinha tido uma viagem de trabalho?

-Desculpa, eu menti-te. As  coisas entre nós não têm estado bem e ele saiu e até agora não disse nada.

-E não estás preocupada?

-Estou mas não posso fazer nada.-Percorri o corredor até ao meu quarto onde tinha a minha mala. Retirei o meu telemóvel e liguei para o meu pai, sob o olhar atento da minha mãe mas ele tinha o telemóvel desligado.

-Está desligado.


-Vais ver que ele está bem! 

-Espero que sim! Dizem que as más notícias chegam depressa.

-Ele deve estar em casa de alguém.

-O pai tem outra mulher?

-Não sei. Agora já me podes dizer o que querias contar?

-Sim. Eu recebi uma proposta de trabalho em Nápoles.

-Em Nápoles?

-Sim. O meu chefe recebeu um mail de um jornal desportivo de Nápoles com uma proposta de um estágio e convidou-me a mim e à Filipa para aceitarmos.

-Vais aceitar?

-Não sei. Que achas?

-A decisão tem de ser tua. Tomes a decisão que tomares sabes que tens o meu apoio.

-É que tenho lá o Lorenzo mas estás tu aqui e não te quero deixar sozinha.

-Não te preocupes comigo, eu não tenho medo de ficar sozinha.

-Certeza?

-Sim!-Disse ela dando-me um beijo na testa.

-Então eu vou pensar bem.

-Faz isso! Mas pensa mais em ti que nos outros.

1 Semana Depois...
Passou-se a semana que eu tinha para decidir a minha vida pelos menos nos próximos dois meses. Tinha cá a minha mãe e esta confusão de não saber do meu pai...lá o Lorenzo e uma nova oportunidade de trabalho. Foram dias em que apesar de ter trabalhado todos os dias...não parava de pensar na decisão que tinha de tomar.
Hoje acordei eram 11 horas, a minha decisão estava tomada. Ainda antes de sair da cama liguei à Filipa.
-Bom Dia!

-Bom Dia!-Disse ela.

-Já tomei uma decisão!

-Eu também!

-Diz a tua!

-Isso não vale! Diz tu primeiro.

-Não diz tu!

-Pronto, eu vou aceitar!

-Eu também!-Disse eu. 

-Vamos lá à tarde falar com o chefe e ir buscar as nossas coisas?

-Sim!

-Então até já!

-Até já!-Desliguei a chamada e sai da cama. Tomei banho, vesti-me e almocei.


Algumas Horas Depois....
Encontrei-me com a Filipa no trabalho e fomos falar com o Chefe.
-Podemos?-Perguntamos depois de batermos à porta.

-Sim entrem!-Entramos e sentámo-nos.

-Já tomaram uma decisão?

-Já!-Respondemos as duas ao mesmo tempo.

-Digam.

-Eu aceito.

-Eu também.

-Então é oficial, vou perder as minhas melhores trabalhadoras.

-Vai arranjar outras como nós!

-Vamos lá ver! Desejo-vos a melhor sorte do mundo e têm aqui as portas sempre abertas para um dia se quiserem voltar.

-Obrigada!

Despedimo-nos de todos, arrumamos as nossas coisas e regressamos cada uma a sua casa.
As últimas hora em Lisboa foram para acabar de fazer as malas e para algumas despedidas. As despedidas foram o que mais custou mas tento pensar que esta mudança será muito boa para mim para não custar tanto. A noite foi passada com a minha mãe, dela ainda iria ter mais saudades e será por ela que virei mais vezes a Lisboa. Do meu pai nada sei ainda, o que me preocupa bastante. Adormecer foi um pouco complicado mas o cansaço ajudou.

No Dia Seguinte...
Acordei eram 7 horas, vesti-me e percorri o corredor até à cozinha onde encontrei a minha mãe a preparar o pequeno almoço.
-Bom Dia mãe!

-Bom Dia Filha!-Disse ela dando-me um beijo na bochecha.

-Isto é para mim?-Perguntei apontando para o iogurte e as torradas que estavam em cima da mesa da cozinha.

-Sim!

-Obrigada!-Sentei-me à mesa, puxei o pequeno almoço para perto de mim e comecei a comer.-O pai já disse alguma coisa?

-Não!-A minha mãe não parecia preocupada, o que me fazia um pouco de confusão.

-Não estás preocupada?

-Queres que te seja sincera?

-Sim.

-Não estou muito preocupada. As más notícias sabem-se depressa e como nós já não andávamos bem é provável que ele tenha se afastado apenas.

-E ele não pensa em mim? Sou filha dele.

-Não sei. Não penses muito nisso.

-Tenho é de me despachar senão deixo fugir o avião.

-Sim vai lá te despachar.-Fui até ao meu quarto acabar de me arranjar e depois voltei à sala já com a minha mala.

-Mãe!

-Sim?

-Está na hora.-A minha mãe aproximou-se de mim e apenas me abraçou. As lágrimas começaram logo a correr-me pela cara.
-Não chores!-Disse a minha mãe afastando o corpo dela do meu.

-Gosto tanto de ti!

-E eu de ti filha!

-Um dia destes vais me fazer uma visita!

-Vou sim!-Despedi-me dela mais uma vez e depois é que teve mesmo de ser. Peguei na minha mala e sai de casa em direcção ao aeroporto. 15 minutos depois já lá estava.

Esperei mais 5 minutos e a Filipa também chegou. Vinha com ar triste e sempre a olhar para o chão.
-Bom Dia!

-Bom Dia! Então?

-Custou tanto despedir dos meus pais.

-A mim também, da minha mãe.

-Ainda não sabes nada do teu pai?

-Não.

-Vais ver que ele ainda diz alguma coisa.

-Olha quem está ali!-Disse a Filipa olhando para o lado direito dela.
---------------------------------------------------------------------------------------------
Olá a Todas! 
Espero que tenham gostado e que deixem as vossas opiniões! São muito importantes para mim!
Beijinhos!



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

9-"Não fiques com ciumes, sim?"

Abri uma página de notícias do Nápoles e deparei-me com uma notícia relacionada com o jogo de ontem que não esperava. Aquela era razão de ele não me responder de certeza.
«Lorenzo Insigne abandona jogo com um possível traumatismo-craniano»

Aquela notícia deixou-me sem saber o que pensar e apenas com vontade de ir a correr para Nápoles. A notícia era de ontem e não havia mais informações, apenas uma imagem dele a ser assistido. Depois de procurar por mais notícias e não encontrar decidi que o que tinha de fazer era ir para Nápoles.
Percorri o corredor até ao quarto da minha mãe.
-Mãe?

-Sim, entra!

-Mãe, vou a Nápoles!

-Outra vez?

-Sim! Estou preocupada com o Lorenzo.

-O que é que lhe aconteceu?

-Parece que sofreu um traumatismo no jogo ontem e não sei mais nada, ele não me tem atendido as chamadas.

-Então vai!

-Ficas chateada?

-Só não acho bem andares  a gastar o teu ordenado todo em viagens.

-Eu sei mãe! Vou tentar mudar isso.

-Eu sei que vais conseguir fazer o melhor para ti e para o vosso amor.-Caminhei até perto da minha mãe e abracei-a.

-Vou pôr umas roupas na mala e vou para o aeroporto.-Sai do quarto e pus umas peças de roupa numa mala, despedi-me da minha mãe e sai em direcção ao aeroporto.

. . . 
Eram 15 horas em Nápoles quando aterrei no aeroporto. Apanhei um táxi e estava quase a chegar a casa do Lorenzo quando o meu telemóvel tocou. Era ele.
-Lorenzo!

-Desculpa! Mas não tinha o telemóvel comigo.

-Como é que estás?

-Melhor mas...

-Espera...já me contas.-O táxi parou à porta dele, paguei e sai do taxi.-Estás em casa?

-Sim.

-Então abre a porta!

-Abro a porta? Para que?

-Ai parvo! Abre a porta e cala-te!-Desliguei a chamada e alguns segundos depois ele já me abria a porta.

-O que é que estás aqui a fazer?

-É assim que me recebes?

-Anda cá!-Pôs a mão na minha cintura, puxando-me para dentro. Encostou-me à porta e beijou-me.

-Estava preocupada contigo. Como é que estás?

-Ontem fui ao hospital e tenho um traumatismo craniano mas ainda sai do hospital esta noite. Só que hoje de manhã senti-me mal outra vez e fui ao hospital.

-Então descansa! Deita-te!

-Vais tomar conta de mim?-Perguntou ele deitando-se no sofá.

-Hoje vou!

-Amanhã já vais embora?

-Sim, de manhã. Já almoçaste?

-Não! 

-Vou arranjar-te alguma coisa. Fica aí quieto.

-E mais um beijo não?

-Não! Depois.-Fui até à cozinha e arranjei algo rápido para ele comer. Enquanto esperava que a comida acaba-se de fazer, sentei-me na bancada da cozinha. Esta distraída quando o Lorenzo apareceu.

-Queres ajuda? Para o almoço....

-Foi mesmo por isso que vieste aqui?

-E...quero o meu beijo!-Puxei-o para mim, pus  as minhas mãos no pescoço dele e beijei-o.


















-Lorenzo...onde é que já vais?-Perguntei eu referindo-me às mãos dele que passeavam pelas minhas pernas enquanto nos beijámos.Ele tirou logo as mãos.

-Nem queiras saber onde é que ia contigo e onde te levava!

-Onde é que ias e onde me levavas? Isso deve ser do traumatismo!

-Ia  e levava-te ao céu!

-Pronto não estás mesmo bem!

-Mau, eu estou bem!

-Então controla-te!

-Estou controlado!

-Ai a massa! Ias ficando sem almoço!

. . .
Ele almoçou e depois disso obriguei-o a descansar. Claro que também aproveitamos para namorar mas permanecemos sempre no sofá, aninhados um no outro. Eram 18 horas quando o meu telemóvel começou a tocar e ao mesmo tempo a campainha também tocou. Eu fui atender o meu telemóvel e o Lorenzo abrir a porta.
-Olá!

-Olá Filipa!

-Onde é que andas?

-Em Nápoles!

-Em Nápoles? Pensei que estavas em casa.

-O Lorenzo aleijou-se no jogo de ontem e eu estava preocupada.

-Ohhh só amor!Vens quando?

-Goza Goza, um dia destes gozo eu contigo. Amanhã de manhã porque?

-Não consegues vir mais cedo? Ligaram-me do trabalho a pedir para falarem conosco amanhã de manhã..

-Ai Filipa, queria ficar aqui até amanhã.-A vontade de ir já embora não era nenhuma. Virei-me para onde estava o Lorenzo e vi-o acompanhado por uma rapariga loira, alta e bonita.-Espera! Eu vou hoje à noite! O Lorenzo já não precisa de mim, já tem companhia!-O Lorenzo olhou para mim e abanou a cabeça como que a pedir que eu não fosse.

-Companhia?

-Sim uma gaja!

-É a ex-namorada dele?

-Deve ser!

-Mete essa gaja a andar!

-O Lorenzo estar feliz com a visita dela.

-Não digas disparates e não te ponhas com ciúmes mas também não deixes ela esticar-se muito.

-Vou fazer isso! Até amanhã!

-Até amanhã!-Desliguei a chamada e aproximei-me do Lorenzo e da tal rapariga.

-Agora que já me viste, já podes ir embora!

-Estava a pensar ficar um bocadinho contigo.

-Lorenzo, já estás acompanhado, eu vou-me embora!

-Não, tu ficas! Ela já está de saída!-O Lorenzo empurrou-a até à porta, abriu-a e com ela já do lado de fora, fechou a porta.

-É tua ex?

-É. Não fiques com ciumes, sim?

-É difícil! Ela é alta, bonita...

-Tu não és bonita, és linda! E é de ti que eu gosto, não dela.-Disse dando-me um beijo.

-Sabes quando estou em Portugal tenho saudades de ouvir essas coisas.

-Então...esquece.

-Pois sabes que não posso ficar. E até tenho de ir embora já.

-Já? 

-Sim. O Trabalho chama por mim. Amanhã de manhã querem falar comigo.

-Achas que te vão despedir?

-Credo? Nem digas isso. Mas com tantas faltas, podia acontecer.

-Vais ver que não.

-Agora tenho de ir!-Disse dando-lhe um beijo.

-Vou ver se me aleijo outra no próximo jogo para ver se vens a correr outra vez.

-Nem brinques!-Despedi-me dele mais uma vez. Custa como sempre mas já nos estamos a habituar às despedidas que vão começar a ser um hábito. Sai de casa dele e apanhei um táxi para o aeroporto.

. . .
Era 1h da manhã em Lisboa quando cheguei a casa. Já todos dormiam e, por isso, caminhei em silêncio até ao meu quarto. Vesti o meu pijama e deitei-me.

No Dia Seguinte...
Eram 8 h quando acordei, ainda meia a dormir levantei-me. Tomei um duche e fui até à cozinha onde tomei um café para acordar. Eram 8:30 quando sai de casa para às 9h já estar a entrar no trabalho.
-Bom Dia! Bom Dia Filipa!

-Bom Dia!-Cumprimentei-a e seguimos para o gabinete do chefe.

-Preparada?-Perguntei à Filipa. Ela acenou-me com a cabeça que sim e eu bati à porta.

-Entre!

-Bom Dia Anna! Bom Dia Filipa! 

-Bom Dia!-Dissemos nós.

-Sentem-se!-Sentámo-nos e os nervos fizeram-me perguntar aquilo que tinha medo que acontecesse.

-Vai me despedir?-Assim que fiz aquela pergunta, senti logo que não a devia ter feito.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Olá a Todas!
Aqui está o 9º Capítulo!
Espero que gostem e que deixem as vossas opiniões!
Beijinhos!