quarta-feira, 16 de julho de 2014

13-"Contigo ao meu lado,os problemas parecem não existir!"

-Mas...-Não lhe dei tempo de dizer mais nada e corri um pouco para conseguir ficar ao lado do meu pai. 

-Pai!-Exclamei,tocando-lhe no braço.

-Pai? Eu não sou teu pai!

-És sim! Porque é que estás a fazer isto?

-Eu...não sou o teu pai verdadeiro.-Não precisei de ouvir mais nada nem pedir para me explicar melhor, apenas aquelas palavras bastaram para que algumas lágrimas começassem a cair. O Lorenzo já estava ao meu lado e apressou-se a limpá-las.

-Não chores!-Disse o meu pai que afinal não o é. Mas afinal quem é o meu pai? Porque é que me mentiram estes anos todos? Muitas perguntas que esperava que ele me soubesse responder.

-É melhor irmos para casa e lá conversam melhor!-Disse o Lorenzo.

-Sim.-Disse o meu pai.

Eu nada disse. Caminhá-mos todos até casa do Lorenzo onde entrámos e nos sentamos os três no sofá da sala.
-Queres que fique ou preferes ficar a sós com o teu pai?

-Fica!-Ele segurou a minha mão e chegou-se para mais perto de mim.-Já podes explicar pai?

-Há pouco que eu te possa explicar.

-Diz-me o pouco que  sabes!

-Quando eu conheci a tua mãe, tu tinhas nascido há poucos dias. Ela estava frágil e a precisar de carinho. Eu dei-lhe. A partir daí construímos uma ligação baseada no carinho mas acho que nunca existiu amor, daí agora a nossa separação.

-Quando a conheces-te ela não tinha ninguém?

-Não. Disse-me que o teu pai a deixou no final da gravidez.

-Pai? Para mim pai és tu. Foste tu que cuidaste de mim, foste tu que me educaste, foste tu que me deste amor e carinho, foste tu que fizeste com que eu seja a pessoa que sou hoje.

-E podes sempre contar comigo mas o teu verdadeiro pai não sou eu.-Ouvir aquilo mais uma vez fez-me deixar cair mais algumas lágrimas.

-Sabes quem é?

-Não. A tua mãe nunca me disse.

-Como é que ela me pôde fazer isto? Porque é que nunca me contaram?

-A tua mãe sempre teve medo da tua reacção. E ela é que tinha de contar, não eu. 

-Vivi anos numa mentira. E agora vou viver o resto da minha vida sem pai.

-Eu estou aqui! 

-Não vais desaparecer?

-Não vou estar em casa. Mas desaparecer da tua vida não, sempre que precisares podes me ligar.

-Vais atender?

-Sim. Eu só não atendia porque sabia que se falasse contigo, ia acontecer isto. Que é ter de te dizer a verdade.

-Mas não vai ser a mesma coisa que antes.

-Pois não. Mas eu prometo tentar continuar a ser o pai que era mesmo estando mais ausente.

-Também não tens a obrigação de o ser. 

-Mas eu quero! Não há a ligação de sangue mas eu gosto muito de ti mesmo como se fosses minha filha.

-Obrigada pai!-Disse abraçando-o, enquanto chorava.

-Podemos jantar os três?-Perguntei eu.

-Olha que boa ideia!-Respondeu o meu pai.

Saímos os três de casa em direcção a um restaurante que ficasse perto. Jantámos os três muito calmamente. O jantar serviu para saber coisas do meu pai que eu não sabia como ele ter nascido em Nápoles mas principalmente para perceber que ele podia não ser meu pai mas que continuava lá para tudo o que eu precisasse. Era o mais importante para mim neste momento.
Assim que terminámos, saímos do restaurante e eu e o Lorenzo voltamos para casa e o meu pai para a dele.
Assim que entrámos em casa, o Lorenzo puxou-me para ele e olhou-me nos olhos.
-Como é que estás?-Perguntou fazendo-me uma festa na cara.

-Bem.

-A verdade agora!

-Estou bem. Triste mas bem. Apesar de ser horrível saber que o meu pai não é mesmo meu pai, pior do que isso é a mentira. A minha mãe mentiu-me este tempo todo.-Algumas lágrimas acabaram por escapar. Sempre confiei na minha mãe e ela fez-me isto. Preferia que ela nunca me tivesse escondido isto.

-Não chores por favor!

-Prometes que vais estar sempre aqui? E que nunca me vais esconder nada nem mentir?

-Prometo!-Dei-lhe um pequeno beijo ao de leve nos lábios e encostei a minha cabeça no peito dele. 

-Podemos passar a noite os dois agarradinhos?

-Todas as noites que quiseres! Vou estar sempre ao pé de ti!-Disse dando-me um beijo na testa.

No Dia Seguinte...
A noite foi passada como eu queria: agarrada a ele. Assim sentia-me bem, sentia-me protegida. Apesar de ele ser pequeno, os seus braços protegiam-me. 
-Bom Dia meu amor!-Disse o Lorenzo.

-Bom Dia!

-Melhor?

-Contigo ao meu lado,os problemas parecem não existir!-Dei-lhe um beijo e levantei-me da cama.

-Onde é que vais?

-Fazer o nosso pequeno-almoço!

-Eu ajudo!-Disse levantando-se da cama também. Dirigimo-nos à cozinha onde preparámos o nosso pequeno-almoço. Depois levámos tudo para a sala onde nos sentámos a comer.

-Tenho de ligar à Filipa.Onde é que será que ela dormiu?

-Na cama do Federico?

-E ele no sofá só se for.

-Ou então não.-Peguei no meu telemóvel para lhe ligar quando tocaram à campainha.

-Secalhar é ela!-Disse eu, desligando a chamada.  O Lorenzo foi até à porta e abriu. Do outro lado estava alguém com quem eu não queria nada falar neste momento e mais um senhor que eu não conseguia perceber quem era por a porta não estar completamente aberta.

-Sai da minha casa mentirosa!-Ela não quis saber do que eu disse e entrou mais o tal senhor. Esse senhor era alguém que eu conhecia bastante bem. Mas o que fazia ele ali também?
-------------------------------------------------------------------------------------------
Olááá!!!
E este foi mais um capítulo!
Gostaram? Foi muito confuso? Se sim, no próximo vão perceber melhor.
Quem será o verdadeiro pai da Anna? Alguém tem palpites? No próximo esse mistério vai ser desvendado!
Fico à espera dos vossos comentários!
Beijinhos!